imagem via pixabay |
Flutuante
na realidade. Não a que gostaria, mas a que está imersa em meu corpo todo. De alguns
fatos, não acreditaria na existência não fosse o atrevimento da coisa vindo
descaradamente e tomando os sentidos. É assim, uma manifestação intrusa.
Sabe
uma possessão? Tá bom, já viu algum filme de terror em que um espírito
revoltado vem e se apossa de uma mocinha tão indefesa e educada, mas de
princípios indescritíveis? Talvez existe o avesso essa seja eu: pensando ser
tão boa, educada, vívida, generosa. Mas, um ser complicado, inconstante,
complexo, cheio de outras sutilezas incompreendidas, às vezes, intrusas em meu
corpo como o espírito que falei há pouco. A possessão de mim e em mim.
Tem
lógica: O que lhe toma o tempo todo? Eis a pergunta fria, grossa, com ar de
inocência desmedida; ridícula; dolorida. Escrever, pensar criar? Tudo isso leva
tempo e toma um tempo precioso demais para ser medido ou direcionado para o
inútil que necessita ser vivido. Se for assim, hesito, latejo, não desejo, nem
quero por ora. Prefiro outros meios que me fazem uma pessoa mais viva, sentindo
a carne, o meio e o osso que dá o suporte para um corpo suspenso e íntegro para
suportar o desmedido, o sem noção.
Mas eu
tenho um tempo, uníssono, só meu. Intocável, inabalável, quieto e fatigado. Um
tempo em reboliço que algumas vezes não entendo, porque não está aqui mesmo
para ser entendido, está aqui para existir independente do que espero dele. É
quase uma pessoa, quando ouso pensar o que seu poder faz de mim. Um indivíduo
independente e sem medo de ninguém.
Existir
está incrustado entre o tempo, quem está lá e o que fazer do que se tem. Tarefa
difícil quando se trata de expor o humano em meio ao concreto das ruas, porque
não podemos colocar as abstrações no centro de tudo, que ganharia o nome
popular de loucura. E como seria esse mundo tão emaranhado de certezas se
fôssemos todos loucos, vivendo de fantasias e diálogos desconexos? Talvez nossa
existência tivesse mais alguns sentidos e pudéssemos criar mundos com maior
liberdade.
Criar
mundos? E quem deseja isso?
Liberdade?
E quem ousa viver em liberdade?
Só
temos a resposta dentro da gente.
liberdade é um negócio difícil e trabalhoso.
ResponderExcluirEber e quando se escreve sobre ela parece que o universo interior vai se abrindo em busca dessa força, é incrível!
ResponderExcluir