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Sabemos quando é necessário parar um pouco, ou dar
um freio brusco em algo que fazemos por gosto quando essa coisa começa a nos
mover numa espécie de desorientação.
Uma pausa. Um passeio. Uma viagem. Alguns dias,
meses ou anos distantes desse eu tão conhecido, mas sempre tão inacabável, e
que está em total transformação. Mutável, eternamente mutável.
Instintivamente – e é muito mais complicado
entender-se nesses dias movidos sobretudo pelo movimento inabalável da
existência – algo perpassa delicadamente a cortina sensível que resiste.
Entender, compreender, perceber mais que o jogo concreto das aparências.
Por que tudo, tão de repente, passa a ter um
significado ambíguo, contestador, como se de fato estivesse ali tentando
mostrar o outro lado da sua própria vida? Então, é esse o sentido?
A busca é a ultrapassagem imprevisível de si, sem
ninguém que dite a cartilha teórica de como se vive e como deve ser. Não há
nenhuma experiência escrita ou relato de alguém que tenha vivido da mesma
maneira. O que há é o tempo veloz e o ser palpável que vive.
Talvez se necessite muito mais da descoberta, não
por observação das muitas histórias triviais que aparecem diariamente, mas pela
pura e total vivência de dentro do corpo, da mente, das explosivas e sutis
sensações – imperceptíveis até, quando convidativas e provocantes.
E é sempre diante da gente que permanecemos
intocáveis pela vasta capacidade do mundo nos transpor para algo que já existe.
E não é que enfim me dou conta que eu necessito de
tudo aquilo que deixei em estado latente? Preciso e quero só para mim, mas de
outra forma, por outros meios, outras percepções e sentidos que ultrapassassem
palavras e sentimentos já tão desgastados: o fluxo da consciência – andando, tateando,
fluindo, sendo em cada exato momento.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPati, sua belíssima crônica me lembrou de um filme que eu gosto muito(posso dizer que está entre os meus 10 filmes preferidos) chamado: Comer, Rezar e Amar.
ResponderExcluirAcho que todos nós passamos momentos difíceis durante a vida e, então, chega-se um momento no qual precisamos nos desprender de tudo e todos, pois, somente assim, nos damos conta do que é necessário termos e do que é necessários nos desfazermos na vida.
Amei!
Beijo!
Alexandra Collazo.
Ame como se não houvesse amanhã. Esqueça como se não tivesse vivido e viva como se não existisse o futuro. Simples assim (na teoria, claro....rs)... Parabéns pelo texto.
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