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É preciso enlouquecer um pouco para
encontrar a entrega necessária das nossas palavras sobre o que queremos dizer
ao outro. Quando elas já se encontram rendidas nas mãos, talvez fiquemos só
esperando por alguém que as entendam em sua forma nua e crua quando saem voando
em liberdade de dentro da gente.
Falo da necessidade exata de como
gostaríamos que fossem ditas. É só lembrarmos nossa ansiedade ensaiando as
frases perfeitas e o texto exato para o momento certo que aquela pessoa ficará
em nossa frente, olhando fixamente dentro dos nossos olhos. Tão programadas e
provocantes, não?
Temos que enlouquecer mesmo para
colocar os pingos no is. Porque as verdades doloridas e absurdas estão aí e
podem até nos tocar além do que podemos suportar, mas é de um tempo único e
vivido de uma só vez que necessitamos para saber o que sentimos. Precisamos
tantas vezes saber ao certo por que paramos, para onde vamos e o que devemos
fazer a cada pausa que a vida nos obriga a fazer.
Quem não sente que tem que provar um
pouco dessa loucura todos os dias, ao menos por algum instante na vida? Ter que
dizer, gritar ao outro ou ao mundo o que esperneia de sentimentos dentro do
corpo? Melhor ir logo ao assunto enquanto há tempo e fôlego, porque elas, as
santíssimas e ao mesmo tempo endemoniadas palavras necessitam estar aonde caminha
nossa loucura que se veste de impaciências, dormências, inconsciências, e
algumas vezes se torna a fiel conselheira invisível tão urgente.
Agora penso que falar dessa loucura é
estar mais perto do que é mais verdadeiro que se tem a dizer. Não se pode negar
o que se tem dentro de si. Às vezes parece que é aleatório, vindo tão
intensamente, sem saber ser dito em uma linha lógica que estrutura as ideias
num ato continuo.
E se as tais respostas não vierem até
nós, persistirão as interrogações querendo tomar um corpo marcado tensão do não
entendimento, do não saber para que serve tudo isso que está diante de nós, em
que pode ser útil e verdadeiro em seu estado mais puro. Nada das obviedades que
estamos acostumados a nos equilibrar: para onde, para quê, não olhe, não pare,
não toque.
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